quinta-feira, março 30, 2006

a chuva...


Mistério
Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,
Dizendo coisas que ninguém entende!
Da tua cantilena se desprende
Um sonho de magia e de pecados.
Dos teus pálidos dedos delicados
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende,
Murmúrios por caminhos desolados.
Pelo meu rosto branco, sempre frio,
Fazes passar o lúgubre arrepio
Das sensações estranhas, dolorosas...
Talvez um dia entenda o teu mistério...
Quando inerte, na paz do cemitério,
O meu corpo matar a fome às rosas!

Florbela Espanca, Charneca em Flor (1930)
fico sem palavras cada vez k leio estas linhas da florbela...elas transmitem o k vai na alma do leitor...mostram o pk de eu adorar tanto a xuva...pois ela acaricia, lava a minha dor e transmite-m a sua paz...(e apanham-se gripes, constipaçoes...) mas o k importa a meu ver é a essencia emocional e o k representa para mim... a xuva é a mh confidente, o meu ombro amigo... k apenas ouve...e nao diz nada a ninguem...